Quadro de Paula Rego vendido em leilão por 2,5 milhões de euros

por Lusa
Foto: Sotheby's

O quadro "Meadow", pintado pela artista Paula Rego em 1996, foi vendido, na terça-feira, num leilão da Sotheby`s, em Londres, por 2,07 milhões de libras (2,45 milhões de euros).

Comprado em 2002 para uma coleção privada italiana, foi agora vendido sem bater o recorde de valor para a artista luso-britânica que morreu em 2022, como chegou a ser esperado.

Em 2023, o painel "Avestruzes Bailarinas do filme `Fantasia` de Walt Disney", de Paula Rego, foi leiloado em Londres por 3,5 milhões de euros, um novo recorde para uma obra da artista portuguesa.

Com 170 por 149 centímetros, "Meadow" é "uma obra-prima inequívoca, um dos trabalhos mais virtuosos, dramáticos e pioneiros de Paula Rego nos anos 1990", pode ler-se na página da leiloeira.

Como recordou a Sotheby`s, "Meadow" foi classificada como a "imagem mais impressionante" de uma exposição de 23 trabalhos em larga escala apresentados em 1996 na galeria Marlborough, em Nova Iorque, entre os quais se encontravam quadros nos quais Rego partia de obras da Disney como "Fantasia" ou a "Branca de Neve".

"Em `Meadow`, todas as quatro mulheres são versões de Rego e a tela torna-se na arena onde a artista revela as suas fantasias e desejos. No primeiro plano, uma figura feminina com um vestido tradicional português -- o Traje à Vianesa -- está pressionada sobre uma cadeira de braços a olhar para o horizonte. Atrás, senta-se o isolado e misteriosamente escondido protagonista masculino, concebido classicamente na pose serpentina com músculos tensos, o que levou a comparações com Cézanne", acrescentou a leiloeira.

Nascida em Lisboa, Paula Rego (1935-2022) começou a desenhar ainda em criança e, com 17 anos, a conselho do pai, foi estudar para a Slade School of Fine Arts, em Londres, cidade onde viria a fixar residência.

Distinguiu-se pela singularidade da obra, inspirada na literatura e nas experiências pessoais, e marcada, ao longo das décadas, pela defesa dos direitos das mulheres, nomeadamente na série dedicada ao aborto e em outras sobre opressão e repressão feminina.

 

 

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